Carinho humano o ingrediente secreto para uma produção de leite de qualidade.

O Instituto de Zootecnia (IZ) recentemente divulgou uma pesquisa reveladora sobre o impacto do afeto humano nas vacas leiteiras, com foco na raça Gir leiteiro. Segundo os resultados, o estímulo tátil proporcionado pelos tratadores resultou em melhorias significativas no temperamento, comportamento e produção de leite das vacas. A pesquisadora do IZ, Lenira El Faro Zadra, ressaltou que esse achado pode abrir caminho para futuros estudos visando a seleção genética de animais com temperamento mais favorável, o que pode facilitar a ordenha e o manejo.

O estudo também revelou que as vacas que receberam o tratamento de estímulo tátil produziram em média 2 kg a mais de leite por dia em comparação com aquelas que não receberam o carinho humano. Além disso, observou-se uma redução no leite residual nas vacas que foram acariciadas, o que pode contribuir para a prevenção de problemas de saúde, como a mastite.

Essas descobertas foram resultado de dois experimentos conduzidos pelo IZ, um focado no treinamento de rotina de ordenha em novilhas e outro no efeito do estímulo tátil positivo em novilhas primíparas e vacas multíparas. A pesquisa reflete um crescente interesse em melhorar a interação humano-animal para aumentar a eficiência e o bem-estar nas propriedades rurais.

O Instituto de Zootecnia enfatiza que a forma como os animais interagem com os humanos é um aspecto cada vez mais relevante na produção animal, e que esses resultados podem ter importantes implicações para o setor pecuário.

Nelore PO x ‘Tucura’: Genética do gado traz lucro ao pecuarista?

Por Lauriston Bertelli¹ e Wellington Araújo² – O valor genético desempenha um papel importante na produção e lucratividade na bovinocultura, já que se refere às características genéticas inerentes e ao potencial que um animal individual possui, podendo influenciar no desempenho, na produtividade e no valor econômico da indústria pecuária. Ao selecionar animais com características desejáveis, é possível aumentar a produtividade, melhorar a eficiência, reduzir os custos e atender as demandas do mercado. Entre as características buscadas com a seleção genética, se destacam o aumento da produção de leite, maior produção e melhor qualidade da carne, aumento da fertilidade, maiores taxas de crescimento e melhores índices de conversão alimentar. Ao focar nessas características, os produtores podem otimizar a atividade e o desempenho do rebanho bovino, elevando os resultados financeiros.

Para a produção de carne, tanto em clima temperado como em clima quente ou tropical, existem raças de desempenho produtivo satisfatório, como Angus, Hereford, Brahman, Nelore e outros, que tendem a apresentar boa eficiência biológica e elevadas taxas de crescimento. Por outro lado, raças direcionadas para a produção de leite ou ainda raças de gado locais e animais SRD (Sem Raça Definida) geralmente possuem características únicas, como resistência a doenças, robustez e compatibilidade com os recursos alimentares locais, mas apresentam taxas de crescimento e produtividade geral inferiores em comparação com raças especializadas.

A superioridade de determinadas raças para a produção de carne se dá especialmente por diferenças significativas na eficiência biológica, um importante índice que avalia a necessidade de consumo de alimento para conversão em carcaça. Isso significa que animais com maior potencial genético consomem menor quantidade de alimento para produzir o mesmo quilo de carne, apresentando vantagens consideráveis em relação ao custo, o que torna a atividade pecuária mais rentável.

Nota do editor: Animais SRD, choqueados ou tucuras são nomes comumente usados em algumas regiões do país para determinar filhos de touros Nelore e também cruzados sobre vacas leiteiras, produzindo animais de genética inferior. A análise econômica dos sistemas de produção é essencial para ajudar o produtor a tomar decisões. A avaliação dos custos com a alimentação de bovinos é fundamental, uma vez que estes representam mais de 70% do custo de produção de forma geral e está diretamente relacionada ao potencial produtivo dos animais. Recentemente, a equipe de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação da Premix realizou um estudo que avaliou o desempenho de três grupos genéticos: um composto por Nelore PO, outro por bovinos SRD de valor genético e fenótipo mediano e um outro de animais SRD de valor genético e fenótipo inferior.

A pesquisa mostrou que os animais da raça Nelore obtiveram melhor conversão, apresentando valores de eficiência biológica 14,5% superiores ao grupo SRD mediano, e 18% superiores ao grupo SRD inferior. Esses resultados influenciam diretamente no custo de produção, apontando a necessidade de consumo de alimento para o ganho de carcaça, levando a um impacto significativo na análise econômica do sistema. Os resultados de ganho de carcaça diário foram de 1,119 kg/dia para a raça Nelore, 0,923 kg/dia para animais SRD medianos e 0,870 kg/dia para animais SRD inferiores, o que resulta em aproximadamente 3 dias a mais de confinamento para o ganho de uma arroba de carcaça na comparação entre SRD mediano e Nelore e aproximadamente 4 dias a mais de confinamento quando comparado SRD inferior com o Nelore. Transformando os dados em diferenças econômicas, é possível inferir um custo por arroba produzida 17% superior para animais SRD medianos e 22% superior para animais SRD inferiores, comparados com os animais Nelore, deixando evidente o diferencial de valor de animais com mais qualidade.

É importante ressaltar que todo animal pode se tornar viável para os diversos sistemas de produção, desde que todas as variáveis, produtivas e econômicas, sejam analisadas em conjunto, levando em consideração índices como eficiência biológica, custo da dieta e também o mercado de compra e venda de animais. Isso significa que a produção de animais com valores de eficiência biológica insatisfatórios ou menor potencial de desempenho necessitam de compensação no momento de tomada de decisão, como por exemplo, melhores preços de aquisição por kg de peso corporal ou por arroba comprada. Por fim, a seleção de animais com valor genético favorável contribui para a sustentabilidade da operação pecuária. Buscando características que melhorem a eficiência, a saúde e a produtividade, os produtores podem otimizar a utilização de recursos, reduzir os impactos ambientais e garantir a viabilidade dos negócios diante das mudanças na dinâmica do mercado e nas práticas industriais em evolução.

É importante observar que a eficiência de grupo genético é altamente dependente do ambiente em que ele está inserido. Fatores como clima, recursos alimentares disponíveis, práticas de manejo e desafios sanitários também podem afetar diretamente o desempenho. Os produtores precisam então escolher raças que se alinhem com seus objetivos de produção, condições locais e capacidade de gerenciamento para otimizar a eficiência, a sustentabilidade e a rentabilidade. As referências bibliográficas encontram-se com os autores.

Leia mais em: https://www.comprerural.com/nelore-po-x-tucura-genetica-do-gado-traz-lucro-ao-pecuarista/

Objetos e contato social amenizam estresse da desmama em bezerros leiteiros

A fase de aleitamento é um período sensível e estressante para os bezerros leiteiros, por conta do afastamento da mãe e, em alguns casos, do isolamento social.

Buscando alternativas para minimizar os impactos negativos dessa fase, a Embrapa Pecuária Sudeste conduziu um experimento para testar a efetividade do enriquecimento social e físico.

A pesquisa avaliou os efeitos do enriquecimento social no comportamento dos bezerros leiteiros em sistemas a pasto. O intuito, de acordo com a pesquisadora Teresa Alves, foi melhorar a capacidade dos animais em lidar com mudanças de ambiente. Além disso, o enriquecimento físico, com a disponibilização de objetos como escova, bola e espantalho, buscou identificar benefícios funcionais e biológicos.


A separação do filhote e a mãe logo após o nascimento é uma prática corriqueira entre os produtores de leite, principalmente para assegurar maior eficiência no recebimento do colostro. Quando separados, muitos são colocados em baias individuais, a fim de diminuir a transmissão de doenças e a competição por alimento.

Por outro lado, a criação coletiva de bezerros oferece um ambiente com espaço e estímulos necessários ao bom desenvolvimento cognitivo. A interação com outros animais pode melhorar a capacidade de lidar com mudanças de ambiente e situações de estresse. Porém, um desafio frequente nesse modelo é a ocorrência da mamada cruzada (ato de bezerros em sugar um ao outro).

A ação pode resultar em ferimentos de partes do corpo do animal sugado e interferir no desempenho produtivo. Nesse caso, a inserção de “brinquedos” é uma forma de reduzir o problema, melhorando sanidade, índices reprodutivos, aumento da aptidão inclusiva e redução de comportamento doloroso. E não é necessário um grande investimento para o produtor.

Resultados

Nos lotes com enriquecimentos social e físico a interação social e o comportamento de explorar o ambiente foram menores, visto que os animais ocuparam parte do tempo interagindo com os objetos oferecidos.

Os bezerros interagiram em maior frequência com a escova (48,2%), seguida da interação com bola (26,5%) e com o  espantalho (25,6%). Além disso, neste grupo houve maior frequência de visita ao concentrado e menor tempo em pastejo. Em relação ao ócio e à ruminação, não ocorreu influência dos enriquecimentos entre os lotes.

Para Teresa, o maior tempo gasto com a escova pode ser explicado pelo fato dos bovinos se coçarem para remover sujeira, restos de excrementos, ectoparasitas e fluídos corporais. Assim, a incorporação de objetos com algum tipo de função específica é eficaz para o bem-estar.

“A criação de bezerros em grupo promove um importante enriquecimento que são as interações sociais, embora quando disponibilizado ‘brinquedos’, eles gastam tempo interagindo com esses recursos”, destacou Teresa.

A pesquisadora considera que a interação dos bezerros com o espantalho nos horários próximos ao fornecimento do leite pode estar relacionada com o contato humano-animal. É provável que os bezerros tenham associado à imagem do espantalho à pessoa responsável pelo manejo, uma vez que os bonecos usavam a mesma vestimenta dos tratadores.

Experimento

Participaram do estudo 35 bezerros das raças Holandês e Jersolando distribuídos em dois tratamentos: um apenas com enriquecimento social – piquetes coletivos de criação; e outro com enriquecimento social e físico. Nesses, além dos piquetes serem coletivos, foram colocados diferentes objetos (espantalho, bola e escova), oferecidos simultaneamente.

O experimento foi conduzido no Sistema de Produção de Leite da Embrapa Pecuária Sudeste, em São Carlos (SP). A distribuição dos grupos foi aleatória, com a condição de que os animais não tivessem diferença de idade maior do que 15 dias e, no máximo, cinco filhotes.

Os bezerros foram separados de suas mães logo após o nascimento e receberam o colostro por meio de baldes individuais com bico. Desde o primeiro dia de vida, tiveram acesso livre à água e ao concentrado. O desaleitamento ocorreu, gradativamente, próximo aos dois meses de idade.

O sistema de criação coletivo possui área composta por capim, com 12 piquetes de 64m² cada, com sombra artificial. A pesquisadora explicou que o sistema foi planejado para que houvesse piquetes ociosos para mudança do lote para áreas com melhor qualidade sanitária, principalmente no período das chuvas.

Os animais foram avaliados diariamente e pesados a cada 14 dias, com a avaliação de mucosa, infestação de carrapatos e temperatura retal. As observações comportamentais também foram a cada 14 dias, anotadas durante 10 horas, com identificação dos bezerros. Foram 60 dias de observações do comportamento do nascimento ao desmame.

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Brasil deve exportar mais de 100 mil cabeças de gado para a Turquia

A empresa uruguaia Gladenur S.A., especialista em exportação e importação de gado vivo especialmente entre Brasil e Uruguai para a Turquia, ganhou uma licitação do governo turco para o enbarque de 120 mil cabeças este ano, a informação foi compartilhada por uma fonte do setor que estava em contato com os operadores na Turquia e compartilhada pela Faxcarne e Tardáguila Agromercados do Uruguai. Ainda segundo o veículo de informação o preço estabelecido foi de US$ 3.600,00/ton colocado na Turquia. Segundo a fonte, com esse valores é possível determinar uma cotação dos bezerros no Uruguai em torno de US$ 2,70 o kilo vivo. A empresa irá realizar as compras do gado vivo no Brasil e Uruguai.


Exportação de gado vivo no Brasil – Em setembro passado o porto do Rio Grande do Sul realizou duas operações de embarque de carga viva. Os carregamentos aconteceram através dos navios MV Gulf Livestock II e Anna Marra, com destino à Turquia, totalizando 26.379 cabeças. O país de destino dos animais é o maior parceiro comercial do Brasil nessa modalidade, sendo uma importante via de escoamento para a produção pecuária nacional. O mercado de exportação de gado vivo está começando a ganhar fluidez no Uruguai, depois de um começo de ano com poucas operações nos portos. De acordo com a Asociacion de Consignatarios de Ganado uruguaia o preço do quilo comercializado no país para exportação de gado vivo está em torno de US$ 2,23 por kilo. A expectativa é que o mercado continue firme e em alta nas próximas semanas, dada a geração relativamente pequena de bezerros de 2023, boas condições dos pastos e demanda por exportações.

Apetite turco pelo gado latino Segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, na sigla em inglês), o governo turco liberou a importação para engorda de cerca de 600.000 cabeças de gado. A informação foi publicada em janeiro de 2024, ainda segundo a USDA esse número pode aumentar durante o ano, dependendo do governo do país. Ainda segundo a entidade mesmo essa decisão seja recente, parece muito refletir o desejo do governo turco em transferir as importações para fontes de custos mais baixos, no caso os países da América Latina. Com essas mudanças em curso, os pecuaristas turcos não poderão escolher os seus próprios animais, uma vez que o Ministério da Agricultura do país escolherá e distribuirá os animais aos pecuaristas depois de realizada a quarentena sanitária.

A Turquia tem importado gado (reprodução, engorda e para abate) e carne vermelha continuamente desde 2010. Além disso, as importações de carcaças e carne desossada continuaram, a fim de regular o aumento dos preços internos da carne. 60% da ração animal consumida no país é importada, o país do leste europeu também importa sêmen bovino para melhorar e manter a produtividade da pecuária. A Turquia já gastou cerca de US$ 7 bilhões na importação de gado vivo desde 2010 e se considerarmos carne vermelha e genética foram gastos US$ 11 bilhões, quase R$ 55 bilhões de reais.

De janeiro a novembro de 2023, o país importou 715.403 cabeças de gado, gastando cerca de US$ 1 bilhão, um aumento de 913% em relação ao mesmo período do ano retrasado. As importações foram principalmente de gado para engorda (629.790 cabeças) do Brasil, Uruguai e República Tcheca, com uma quantidade menor de gado leiteiro da Alemanha, Dinamarca e Estados Unidos. Os importadores turcos compram o gado de engorda mais barato, independentemente da qualidade da carne, proveniente principalmente de países da América do Sul, especialmente do Brasil e do Uruguai.

Além disso, como o Turquia exige gado de engorda que não seja castrado, um fornecedor de gado de corte dos EUA precisaria contratar importadores turcos pelo menos seis meses antes do embarque para manter os animais não castrados, o que aumentaria os custos, inviabilizando a negociação. Com informações da USDA e Faxcarne e Tardáguila Agromercados do Uruguai.

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Preços da carne se recuperam e sinalizam melhorias no pós-carnaval, diz analista

O mercado físico do boi gordo registrou preços acomodados ao longo da semana.

Segundo o analista de Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, o ambiente de negócios aponta para encurtamento das escalas de abate em várias regiões do país, o que pode levar ao maior apetite de compra na retomada das negociações após o feriado de
carnaval.

Para Iglesias, os preços da carne já sinalizaram para recuperação no decorrer desta semana, com espaço para continuidade deste movimento no curto prazo.

“Vale destacar que o pecuarista ainda se depara com boa capacidade para retenção neste momento, cadenciando o ritmo das negociações”, pontua.

Os preços a arroba do boi gordo na modalidade a prazo nas principais praças de comercialização do país estavam assim na última sexta-feira o dia 8 de fevereiro:

São Paulo (Capital): R$ 239,00
Goiás (Goiânia): R$ 227
Minas Gerais (Uberaba): R$ 240,00
Mato Grosso do Sul (Dourados): R$ 231,00
Mato Grosso (Cuiabá): R$ 211

Boi no atacado
O mercado atacadista apresentou preços fimes para a carne bovina ao longo da semana. O ambiente de negócios ainda sugere pela continuidade do movimento de alta no decorrer da primeira quinzena do mês, período pautado por maior apelo ao consumo.

A entrada dos salários na economia foi o grande motivador deste movimento, que influenciou positivamente no comportamento de preços de todas as carnes.
De acordo com Iglesias, o quarto traseiro foi precificado a R$ 18,50 por quilo. Enquanto o quarto dianteiro foi cotado a R$ 13,00 por quilo. Ponta de agulha, por sua vez, seguiu cotada a R$ 13,00 por quilo.

Exportações de carne
As exportações de carne bovina fresca, congelada ou refrigerada do Brasil renderam US$ 821,784 milhões em janeiro (22 dias úteis), com média diária de US$ 37,353 milhões.

A quantidade total exportada pelo país chegou a 181,690 mil toneladas, com média diária de 8,258 mil toneladas. O preço médio da tonelada ficou em US$ 4.523,00.

Em relação a janeiro de 2023, houve alta de 5,9% no valor médio diário da exportação, ganho de 13,4% na quantidade média diária exportada e desvalorização de 6,6% no preço médio. Os dados foram divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex).

Brasil amplia área de exportação de carne bovina para o Canadá

O Canadá importou US$ 39 milhões em carne bovina brasileira em 2023, um aumento de 18% em relação a 2022

A Agência Canadense de Inspeção Alimentar (CFIA) aprovou a importação de carne bovina de seis novos estados brasileiros: Acre, Paraná, Rio Grande do Sul, Rondônia, 14 municípios do Amazonas e cinco de Mato Grosso.

A decisão foi tomada após a CFIA avaliar as regiões que foram recentemente reconhecidas pela OIE (Organização Mundial de Saúde Animal) como zonas livres de febre aftosa sem necessidade de vacinação.

Santa Catarina, que já estava habilitada para exportação, continua a ser uma região elegível, assim como os estados que mantêm a vacinação contra a febre aftosa.

Segundo o governo brasileiro, a ampliação da área de exportação abre novos mercados para a carne bovina brasileira e deve aumentar as vendas para o Canadá.

Em 2023, o Brasil exportou US$ 10,541 bilhões em carne bovina, totalizando 2,28 milhões de toneladas.

O Canadá importou US$ 39 milhões em carne bovina brasileira (8.192.380 kg) em 2023, um aumento de 18% em relação a 2022.

O secretário de Comércio e Relações Internacionais do Mapa, Roberto Perosa, disse que a decisão da CFIA “representa um marco importante para o setor agropecuário brasileiro e reforça a importância do comprometimento contínuo dos nossos pecuaristas com os padrões sanitários”.

Preço do arroba continua estável e esperança de alta fica para fevereiro

Na semana atual, as vendas consistentes de carne bovina no mercado doméstico sinalizam um provável crescimento do consumo nos dez primeiros dias de fevereiro devido ao pagamento dos salários e outros benefícios sociais relativos ao mês anterior, relata a Agrifatto.

“Independentemente da forte pressão de baixa sobre a arroba, a expectativa é de que os preços do animal terminado possam permanecer estáveis ao longo da primeira quinzena do próximo mês”, afirma a consultoria.

Ontem (30/1), a cotação média do boi gordo em São Paulo continuou em R$ 240/@, de acordo com dados da Agrifatto. “Todas as 17 praças acompanhadas mantiveram preços estáveis”, ressalta a consultoria.

Na B3, porém, os contratos futuros experimentaram uma reversão de direção, iniciando um movimento de valorização no primeiro dia desta semana. Na segunda-feira (29/1), o contrato com vencimento para janeiro de 2024 encerrou valendo R$ 247/@, com ligeiro aumento de 0,20% em relação ao dia anterior.

Pelos dados apurados pela Scot Consultoria, os preços dos animais terminados ficaram estáveis nesta terça-feira. Com isso, o boi gordo “comum” segue negociado em R$ 240/@, enquanto a vaca e a novilha gordas são vendidas por R$ 215/@ e R$ 230/@ (preços brutos e a prazo).

Por sua vez, o “boi-China” está apregoado em R$ 245/@ no mercado de São Paulo (prazo, valor bruto) – um ágio de R$ 5/@ sobre o animal “comum”, acrescenta a Scot. Na região Norte do Mato Grosso, porém, de acordo com a Scot, as cotações dos bois destinados ao mercado interno e à exportação caíram R$ 5/@ nesta terça-feira. Para as demais categorias, houve estabilidade nos preços.

Com isso, o boi destinado ao mercado doméstico está sendo negociado em R$ 210/@ nas praças do Norte do MT, a vaca vale R$ 195/@ e a novilha segue vendida por R$ 202/@, informa a Scot (preços brutos e a prazo). O “boi-China” está apregoado em R$ 220/@.

Segundo a S&P Global Commodity Insight, na região Norte e Nordeste do País, diante das escalas de abate que adentram a segunda quinzena de fevereiro, as indústrias locais se retiram do ambiente de negócios, refletindo em recuos nos preços negociados em praças do Tocantis, Pará e Maranhão.

Além disso, perspectivas de altas temperaturas nos Estados do Centro-Oeste podem prejudicar as condições de pastagem, fomentando um atraso na entrada de animais ao mercado, diz a S&P Global. “As chuvas aquém do esperado desde o mês passado preocupam os pecuaristas”, destacam os analistas.

Na região Sudeste, especificamente em São Paulo e Minas Gerais,  o mercado do boi gordo mantém firme, especialmente os negócios envolvendo lotes de maior qualidade (com padrão-exportação), acrescenta a Agrifatto.

Leia mais em: https://www.acrissul.com.br/noticias/preco-da-arroba-continua-estavel-e-esperanca-de-alta-fica-para/24851/

Brasil exporta 61 animais Gir Leiteiro, Nelore, Sindi e Girolando para a Bolívia
Depois de mais de 30 dias cumprindo quarentena na Fazenda Experimental da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), em Uberaba, no Triângulo Mineiro, 61 animais das raças Gir Leiteiro, Nelore, Sindi e Girolando, embarcaram para a Bolívia nesta segunda-feira (22). Os animais, adquiridos de 20 criatórios de todo o país, vão para 12 criatórios bolivianos, disseminando a genética do Zebu brasileiro e melhorando o rebanho do país vizinho.
Em 2023, o Brasil exportou quase 480 mil cabeças de bovinos para diversos países, entre gado comercial e gado de elite. O crescimento tem relação, principalmente, com a qualidade genética dos animais e o cumprimento dos protocolos sanitários internacionais. O quarentenário da ABCZ, constantemente utilizado por empresas exportadoras de gado em pé, é habilitado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária do Brasil (Mapa), e uma referência no país. “A estrutura atende todos as exigências do Mapa e possui um grande diferencial, que são paredões verdes nas laterais, proporcionando um bioclima muito agradável para o bem-estar dos animais, um dos fatores mais preconizados pelos países importadores”, detalha a Gerente da Fazenda Experimental da ABCZ, Nínive Jhors. O mesmo cuidado durante o período de quarentena é seguido até o destino. Para que a viagem de mais de 1.200 km por terra, até a Bolívia, cause o mínimo de estresse aos animais, os quatro caminhões vão com lotação abaixo da capacidade, camas de palha de arroz, água e ração em abundância. O Mapa acompanha todo o processo, inspecionando bem-estar dos animais, exames, vacinas, e logística de transporte. “Vistoriamos os animais, registro, origem, condições de saúde, exames, vacinas e tudo o que for necessário, de acordo com o país importador. Acompanhamos todo o embarque e lacramos os caminhões para que cheguem nas mesmas condições ao destino”, ressalta o Auditor Fiscal Agropecuário Federal do MAPA, Fernando Augusto Santos. Fonte: Ascom ABCZ
De acordo com a empresa japonesa Nikon, o sistema de IA é capaz de prever o parto de vacas com aproximadamente cinco horas de antecedência. | Por acrissul

A Nikon, fabricante japonesa de câmeras, lançou um sistema que utiliza inteligência artificial (IA) para prever o momento em que uma vaca está prestes a dar à luz. A tecnologia promete melhorar a eficiência e a segurança do manejo de rebanhos.

Segundo a empresa, o sistema de inteligência artificial para detecção de parto utiliza câmeras para analisar os movimentos das vacas. Os pecuaristas posicionam as câmeras de forma a capturar imagens das vacas de todos os ângulos.

A Nikon treinou o algoritmo para analisar os movimentos para identificar os sinais de parto. Os padrões incluem: aumento da movimentação; mudanças na postura; aumento da frequência respiratória; e rompimento da bolsa amniótica.

De acordo com a Nikon, o sistema da IA é capaz de prever o parto com cerca de cinco horas de antecedência. Um aplicativo de smartphone envia todos os sinais para os responsáveis pelo rebanho, permitindo que eles se preparem para o parto e providenciem o atendimento adequado às vacas.

A Nikon conduziu testes do sistema em quatro fazendas na província de Kumamoto, no sudoeste do Japão, ao longo de 2023. Segundo a empresa, os pecuaristas que participaram dos experimentos elogiaram a eficácia do sistema, destacando a capacidade de reduzir a necessidade de verificações regulares e proporcionar um acompanhamento mais eficiente das vacas prenhas.

O sistema da Nikon está disponível para compra no Japão a partir deste mês. O preço estimado é de R$ 30.033 reais para fazendas com cerca de 100 vacas

Leia mais em: https://www.acrissul.com.br/noticias/nikon-lanca-sistema-de-inteligencia-artificial-que-preve-parto-de/24713/

Os Desafios do Calor para o Gado: Impactos na Saúde bovina e Cuidados Necessários

O clima quente pode apresentar desafios significativos para a saúde e bem-estar do gado. À medida que as temperaturas aumentam, é crucial que os pecuaristas estejam cientes dos impactos do calor e adotem práticas eficazes para garantir o conforto e a saúde de seus animais.

Impactos do Calor na Saúde do Gado:

Estresse Térmico:

  • O estresse térmico é um dos principais desafios enfrentados pelo gado em climas quentes. À medida que as temperaturas sobem, os animais podem ter dificuldade em regular a temperatura corporal, levando ao estresse e comprometendo sua saúde.

Redução na Produção de Leite e Ganho de Peso:

  • O calor excessivo pode resultar na redução da produção de leite em vacas leiteiras e no ganho de peso em bovinos de corte. Isso impacta diretamente a produtividade e os resultados econômicos da criação.

Problemas de Saúde Respiratória:

  • O calor intenso aumenta a frequência respiratória nos bovinos, podendo levar a problemas respiratórios, especialmente em animais mais jovens e em condições de superlotação.

Práticas Iniciais de Cuidado:

Fornecimento Adequado de Água:

  • Garantir acesso constante à água fresca e limpa é crucial. A hidratação adequada ajuda na regulação da temperatura corporal e previne a desidratação, um dos principais riscos durante períodos quentes.

Sombreamento Eficiente:

  • Providenciar áreas sombreadas no pasto ou estruturas de sombreamento pode oferecer alívio ao gado. Isso ajuda a reduzir o estresse térmico e proporciona um local mais fresco para descanso.

Manejo Adequado dos Horários de Alimentação:

  • Realizar as refeições durante os horários mais frescos do dia pode minimizar o impacto do calor na ingestão de alimentos, promovendo um melhor aproveitamento nutricional.

Ventilação nas Instalações:

  • Em confinamentos ou estábulos, garantir boa ventilação é essencial. Sistemas de ventilação adequados ajudam a manter o ar circulando, reduzindo a sensação térmica nos ambientes fechados.

Banhos e Pulverizações:

  • Proporcionar banhos ou pulverizações regulares com água fresca ajuda a resfriar os animais. Isso é especialmente útil para lidar com o estresse térmico e manter a saúde cutânea.

O calor representa um desafio, impactando diretamente sua saúde e desempenho. Adotar práticas de cuidado eficazes é fundamental para mitigar esses impactos e assegurar o bem-estar do rebanho durante os meses mais quentes do ano. Ao priorizar a saúde dos animais, os pecuaristas não apenas garantem resultados produtivos, mas também promovem uma criação responsável e sustentável.